Enrique Mesiano
Dos vários estrangeiros que passaram pelo Atlético, o trio argentino que passeou a sua classe por Alcântara no início dos anos 1950 é, de longe, aquele que ainda hoje é recordado com mais saudade.
Imbelloni, Castiglia e Mesiano. Dos três, o último foi o que mais tempo ficou pela freguesia operária de Alcântara (classe homenageada no brasão da Junta de Freguesia), passando no Atlético seis anos, dois deles na 2ª Divisão.
Do Huracán ao Nueva Chicago, com o Boca Juniores a ver navios...
Enrique Mesiano nasceu em Buenos Aires a 14 de Dezembro de 1924, e aos 15 anos entrou para as categorias de base do Huracán, de onde saiu aos 19 anos para o mais modesto Nueva Chicago, que por ele pagou 10000 pesos argentinos.
Antes de vir para o Atlético, Mesiano esteve muito perto do River Plate, em 1953. O jogador tinha tudo acertado com os «Milionários» e com o seu clube, mas o Nueva Chicago passou tarde e a más horas a carta de desobrigação do jogador e Mesiano não pôde ser inscrito.
Com a carta na mão, Mesiano embarcou no vapor «Corrientes» rumo a Portugal, e ao Atlético.
O impacto imediato.
Mesiano jogava a extremo-direito ou a interior. E a interior referimo-nos ao antigo avançado-interior do 2-3-5 com que era habitual as equipas actuarem nos anos 1950. Com os seus compatriotas formou uma das mais excitantes linhas avançadas daquela década.
Mesiano, estreou-se no Campo dos Arcos, em Setúbal, contra o Lusitano de Évora, em 20 de Setembro de 1953, num desafio do «Torneio dos Cinco» que, lamentavelmente, ainda não teve o seu epílogo. Sim, o referido Torneio nunca teve a sua final agendada, e já lá vão 64 anos...
Os lusitanistas saíram derrotados por 4-0. Um dos culpados da goleada? Foi Mesiano. Embora não tivesse obtido qualquer tento, esteve na base de nada menos três golos.
Campeão da 2ª Divisão
Já com 34 anos sagra-se campeão, em 1958/59, numa equipa que demonstrou estar no campeonato errado, tal a superioridade demonstrada pelo Atlético, que acabou com 9 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o Olhanense, e que à 23ª jornada tinha garantida a subida.
Na final, disputada em Leiria, o Atlético não esteve pelos ajustes, e derrotou o campeão da Zona Norte, o Leixões, por 3-0, e o primeiro golo - adivinharam - é de Mesiano, após canto de Angeja.
A «scooter» alcantarense que estava acabada
A sua última época, a única em que conseguiu um título pelo Atlético, foi particularmente saborosa para Mesiano. Depois de duas épocas abaixo daquilo a que tinha habituado os amantes do futebol, começaram a surgir os rumores de que estava acabado. «Se estou acabado, que me acabem!», chegou a exclamar.
Mas a verdade é que a «scooter» de Alcântara, alcunha que lhe foi atribuída, fez uma época memorável, facturando 10 golos em 25 jogos da 2ª Divisão, e ainda abrindo o marcador na final de Leiria.
Depois da euforia ficava a gratidão expressa numa frase. «Não podia acabar sem colocar o Atlético de volta na 1ª Divisão».
Imbelloni, Castiglia e Mesiano. Dos três, o último foi o que mais tempo ficou pela freguesia operária de Alcântara (classe homenageada no brasão da Junta de Freguesia), passando no Atlético seis anos, dois deles na 2ª Divisão.
Com os seus compatriotas argentinos. Castiglia, Mesiano e Imbelloni. |
Do Huracán ao Nueva Chicago, com o Boca Juniores a ver navios...
Enrique Mesiano nasceu em Buenos Aires a 14 de Dezembro de 1924, e aos 15 anos entrou para as categorias de base do Huracán, de onde saiu aos 19 anos para o mais modesto Nueva Chicago, que por ele pagou 10000 pesos argentinos.
Antes de vir para o Atlético, Mesiano esteve muito perto do River Plate, em 1953. O jogador tinha tudo acertado com os «Milionários» e com o seu clube, mas o Nueva Chicago passou tarde e a más horas a carta de desobrigação do jogador e Mesiano não pôde ser inscrito.
Com a carta na mão, Mesiano embarcou no vapor «Corrientes» rumo a Portugal, e ao Atlético.
O impacto imediato.
Mesiano jogava a extremo-direito ou a interior. E a interior referimo-nos ao antigo avançado-interior do 2-3-5 com que era habitual as equipas actuarem nos anos 1950. Com os seus compatriotas formou uma das mais excitantes linhas avançadas daquela década.
Mesiano, estreou-se no Campo dos Arcos, em Setúbal, contra o Lusitano de Évora, em 20 de Setembro de 1953, num desafio do «Torneio dos Cinco» que, lamentavelmente, ainda não teve o seu epílogo. Sim, o referido Torneio nunca teve a sua final agendada, e já lá vão 64 anos...
Os lusitanistas saíram derrotados por 4-0. Um dos culpados da goleada? Foi Mesiano. Embora não tivesse obtido qualquer tento, esteve na base de nada menos três golos.
Campeão da 2ª Divisão
Já com 34 anos sagra-se campeão, em 1958/59, numa equipa que demonstrou estar no campeonato errado, tal a superioridade demonstrada pelo Atlético, que acabou com 9 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o Olhanense, e que à 23ª jornada tinha garantida a subida.
Na final, disputada em Leiria, o Atlético não esteve pelos ajustes, e derrotou o campeão da Zona Norte, o Leixões, por 3-0, e o primeiro golo - adivinharam - é de Mesiano, após canto de Angeja.
A «scooter» alcantarense que estava acabada
A sua última época, a única em que conseguiu um título pelo Atlético, foi particularmente saborosa para Mesiano. Depois de duas épocas abaixo daquilo a que tinha habituado os amantes do futebol, começaram a surgir os rumores de que estava acabado. «Se estou acabado, que me acabem!», chegou a exclamar.
Mas a verdade é que a «scooter» de Alcântara, alcunha que lhe foi atribuída, fez uma época memorável, facturando 10 golos em 25 jogos da 2ª Divisão, e ainda abrindo o marcador na final de Leiria.
Depois da euforia ficava a gratidão expressa numa frase. «Não podia acabar sem colocar o Atlético de volta na 1ª Divisão».
Bilhete de Identidade |
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Nome: Enrique Mesiano |
Data de Nascimento: 14 de Dezembro de 1924 |
Nacionalidade: Argentino |
Posição: Extremo-Direito |
Jogos pelo Atlético: 149 |
Golos pelo Atlético: 41 |
Internacionalizações: 0 |
Época | Clube | Divisão | Campeonato Nacional | Taça de Portugal |
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1940 | Huracán | Argentina | ||
1941 | Huracán | Argentina | ||
1942 | Huracán | Argentina | ||
1943 | Huracán | Argentina | ||
1944 | Nueva Chicago | Argentina | ||
1945 | Nueva Chicago | Argentina | ||
1946 | Nueva Chicago | Argentina | ||
1947 | Nueva Chicago | Argentina | ||
1948 | Nueva Chicago | Argentina | ||
1949 | Nueva Chicago | Argentina | ||
1950 | Nueva Chicago | Argentina | ||
1951 | Nueva Chicago | Argentina | ||
1952 | Nueva Chicago | Argentina | ||
1953/54 | Atlético | 1ª Divisão | 26/9 | 4/1 |
1954/55 | Atlético | 1ª Divisão | 21/9 | 1/0 |
1955/56 | Atlético | 1ª Divisão | 15/3 | |
1956/57 | Atlético | 1ª Divisão | 16/1 | 4/1 |
1957/58 | Atlético | 2ª Divisão | 32/5 | |
1958/59 | Atlético | 2ª Divisão | 26/11 | 4/1 |
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