Carlos Martinho

Carlos Martinho, ou só Martinho, também conhecido por Calota, jogou no Atlético durante onze temporadas, e mesmo com a saída para o Belenenses (onde acabaria nas Reservas dos azuis do Restelo), tornou-se um símbolo do clube alcantarense.
Carlos Martinho (o primeiro da esquerda) junto com Imbelloni, Ben David, Mesiano e Castiglia durante um treino de apresentação em 1953. Curiosamente, esta linha avançada nunca disputaria um jogo oficial.

Conhecido pela técnica e potência de remate, este Extremo-Direito alcançou a simbólica marca de 220 jogos ao serviço do Atlético, nos quais facturou por 92 vezes. Notável, ainda para mais se tivermos em conta os seus contemporâneos no clube.

Carlos Martinho, uma década ao serviço do Atlético.
Estreou-se a 6 de Setembro de 1947, na 1ª. jornada do Campeonato de Lisboa, numa partida de má memória, já o Atlético perdeu, por 0-3, no Estádio da Tapadinha com Jesus Correia (bisou) e Albano a serem os autores dos golos «verde-e-brancos».

A estreia no Campeonato Nacional, curiosamente, dar-se-ia a 16 de Novembro do mesmo ano, e o adversário seria novamente o Sporting que na 1ª jornada vinha à Tapadinha vencer por 2-1.

Nos seus primeiros anos Alcântara, Carlos Martinho pega de estaca no onze, salvo algumas excepções onde, ou por lesão ou por compromissos profissionais, o avançado não pôde ajudar a sua equipa. Os seis anos seguintes revelaram muita intermitência, mas na sua época de despedida, já com 30 anos, sagra-se o melhor marcador do Campeonato Nacional da 2ª Divisão, com 32 golos.
Foram mais de 200 jogos com as cores do Atlético.

No final da época dá-se o salto para o Belenenses, mas a fortuna nada quis com o popular Calota. Depois de uma primeira época na equipa de honra dos azuis, passa duas temporadas nas reservas, acabando a carreira ao serviço da CUF, em 1962.

Pelo Atlético ainda viu o seu nome na história do clube por outros motivos. Em 1949 foi dos melhores em campo contra o Málaga, de Espanha, na primeira partida internacional do Atlético. E em 1951 participou na digressão ao Ultramar que se recusou a jogar na África do Sul, à altura sob o Apartheid.

A equipa do Atlético que foi em digressão pelo Ultramar em Julho de 1951. Aqui em Lourenço Marques. De pé: Mendonça (enfermeiro), Baptista, Valente Marques, Morais, Ernesto, Armindo e Biri (treinador). Em baixo: Martinho, Armando Carneiro, Ben David, Guedes e Silva Pereira.


Esteve presente na final da Taça de Portugal de 1948/49, e até marcou o golo de honra da turma alcantarense. Além disso, ainda alcançou um 3º lugar e um 4º lugar na 1ª Divisão, em 1949/50 e 1950/51, respectivamente.

Empregado de escritório de profissão, por duas vezes representou a Selecção Nacional, ambas em 1951. O Seleccionador Tavares da Silva chamou o Extremo-Direito do Atlético para uma digressão pelo Reino Unido, e Carlos Martinho alinhou nos dois jogos que o combinado luso realizou-

Primeiro contra o País de Gales, onde Portugal perdeu por 1-2, jogou os 90 minutos e uma semana depois, contra a Inglaterra, entrou aos 36 minutos para o lugar de Patalino na derrota da sua equipa por 2-5.


Bilhete de Identidade
Nome: Carlos Martinho Gomes
Data de Nascimento: 18 de Outubro de 1926
Nacionalidade: Portuguesa
Posição: Extremo-Direito
Jogos pelo Atlético: 220
Golos pelo Atlético: 92
Internacionalizações: 2


Época Clube Divisão Campeonato Nacional Taça de Portugal Campeonato de Lisboa
1947/48 Atlético 1ª Divisão 25/11 3/1 5/2
1948/49 Atlético 1ª Divisão 24/8 4/2
1949/50 Atlético 1ª Divisão 23/9

1950/51 Atlético 1ª Divisão 26/10 7/3
1951/52 Atlético 1ª Divisão 14/3

1952/53 Atlético 1ª Divisão


1953/54 Atlético 1ª Divisão 13/4

1954/55 Atlético 1ª Divisão 19/3 1/0
1955/56 Atlético 1ª Divisão 17/3 2/0
1956/57 Atlético 1ª Divisão 8/1

1957/58 Atlético 2ª Divisão 34/32
1958/59 Belenenses 1ª Divisão 12/7
1959/60 Belenenses Reservas
1960/61 Belenenses Reservas
1961/62 CUF 1ª Divisão 1/0

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