Opinião: Que rumo?

Com um sentido de oportunidade mais do que discutível, o Presidente da Mesa da A.G. do Atlético Clube de Portugal convocou eleições para o próximo dia 28 de Setembro, curiosamente a véspera da data agendada para as eleições autárquicas.

Depois da chapelada estatutária que transferiu o acto eleitoral de Maio para data posterior ao início da época desportiva, não era expectável que aparecesse qualquer lista de oposição fosse a liderada por Armando Hipólito ou outra qualquer, pois desconhecendo-se a situação económico-financeira do clube, tendo sido assumidos compromissos com atletas, treinadores e investidores, cuja identidade é desconhecida de sócios e adeptos, só um bando de irresponsáveis ou os detentores do poder é que estariam em condições de se candidatar.

Já tivemos ocasião de afirmar que Almeida Antunes mereceria terminar o mandato de outra forma, vendo os aspectos positivos do seu mandato reconhecidos pelos sócios sem quaisquer suspeições. De forma voluntária ou manietado por terceiros Almeida Antunes deixou-se enredar na chapelada e agora recandidata-se, aceitando dar a cara por um projecto de transformação da SDUQ em SAD que quem o conhece sabe bem que nunca foi o seu e que entrega, pelo menos, 65% do capital e o controlo do futebol sénior a terceiros.

Cientes das dificuldades que o clube atravessa e como forma de unir a família alcantarense encetámos contactos com Armando Hipólito e Almeida Antunes de forma a promover a constituição de uma lista de unidade, que garantisse um Atlético forte na hora de negociar a constituição da SAD. Do lado de Armando Hipólito tivemos apoio, interesse e empenho, do lado de Almeida Antunes a posição típica do “nim”, de “uma no cravo e outra na ferradura”, adiando a resposta até ao limite da data de apresentação das listas.

Ao assumir a ruptura com a proposta de unidade da família alcantarense Almeida Antunes estará certamente ciente das consequências e do risco de tal posição, arriscando-se a ficar na história do clube como o presidente que tendo trazido o clube de novo para as competições profissionais de futebol também o entregou o vendeu por um pataco, entregando a parte mais importante do património do clube a interesses obscuros.

Por Carlos Filipe