Guedes: «É um orgulho ser um dos capitães do Atlético»

Trabalha no IPO de Lisboa. Começou a jogar aos 20 anos e tem agora 33. Está há sete no Atlético. Falamos de Guedes, um dos capitães da equipa de futsal. No ano passado teve uma lesão grave que o afastou das quadras a temporada toda. Está de regresso, e com fome de bola. Divertido, esta eterna esperança do badminton português revela-nos um pouco de si nesta entrevista. O objectivo é simples: ser campeão já este ano.

Guedes, conta-nos um pouco do teu percurso no Futsal.
Começa à relativamente pouco tempo em comparação com rapazes que andam por aí. Comecei aos 20 anos a jogar futsal federado no JOMA. Depois joguei no Real SC, na altura na 2ª Divisão, clube que já não tem futsal. Mais tarde joguei no Leião, outro clube que já não tem futsal.
Parece que há aqui um padrão. (risos)
De seguida voltei ao JOMA, depois joguei no Santa Susana até vir parar ao Atlético.

Lembraste da tua estreia pelo Atlético?
Lembro-me sim senhor, por acaso lembro. Foi contra o Fontainhas fora, perdemos 5-0. De má memória.

O actual plantel é um misto de veterania com juventude. De que forma a diferença de idades afecta o grupo?
De um modo muito positivo. Os mais velhos já têm muita experiência, tanto a nível internacional como de 1ª Divisão. E alguns dos mais novos vêm de boas escolas de futsal, como o Sporting, outros já jogam isto há algum tempo mas falta-lhes experiência. Acho que a junção destas duas coisas faz o nosso grupo muito forte.

Qual foi o treinador que mais te marcou?
Não tive muitos, mas marcaram-me por diversas razões. O Louçã, aqui no Atlético. Quando cheguei cá diria que não jogava futsal e aprendi muito com ele.

Que jogadores admiras no futsal?
Por vários motivos tenho que dizer o Silva, porque senão não vou conseguir ser convocado! (Risos) É estranho dizer quem eu admiro mais. Acho que me identifico mais com clubes do que com jogadores. Identifico-me com jogadores que respeitam os clubes, que trabalham, que vêm sempre aos treinos. É mais por aí.

Como é que te caracterizas como jogador?
Bom tacticamente. Bom psicologicamente, o que me permite ultrapassar algumas limitações físicas e técnicas que tenho.

Qual é a motivação para vir treinar e jogar após 8 horas de trabalho?
Primeiro a prática de desporto. Depois o futsal. E ajuda muito ter um grupo como o que temos hoje. Já vivi outras experiências e vir para um grupo como este, estar cá e estarem em todos os treinos 99% do plantel a treinar, às horas que são, é sempre um privilégio.

O ano passado tiveste uma lesão que te impossibilitou de dar o teu contributo à equipa dentro de campo. Aos 34 anos ainda é possível regressar?
Aos 33! Isto é importante dizer que tenho 33 ainda! (Risos) Acho que sim. Espero ainda regressar. Espero este ano jogar muitos mais minutos do que joguei o ano passado. O ano passado foram apenas 4 minutos.

Tens algum objectivo no futsal por concretizar?
O principal objectivo é sempre aprender e melhorar. E isto não é uma frase feita. Acho que se não estivermos assim no desporto não vamos a lado nenhum. Objectivos concretizáveis... Não sei. Com a idade que tenho e a experiência que tenho, não há assim grandes objectivos. Tirando o ser campeão este ano. Para o ano ser campeão outra vez, que é complicado. Mas vamos ver.

Num país onde o futebol é o desporto-rei, como vieste parar ao futsal?
Como já referi, comecei aos 20 anos. Que é uma idade bastante tardia para começar a jogar uma modalidade federada. Eu era uma promessa do Badminton! (Risos) Mas por motivos financeiros tive que abandonar. É uma modalidade que acarreta muitos custos, muito tempo - ainda mais que o futsal - e é sempre complicado. Depois comecei a jogar futsal na universidade e foi por aí.

Que análise fazes à Série D da 3ª Divisão?

Numa palavra, fraca. Estava à espera que o futsal jogado fosse mau mas que existissem bons atletas. E não é isso que tenho visto. Pelo menos até agora. Estava à espera que as equipas do sul tivessem ex-atletas do futebol, que tivessem migrado para o futsal, mas não tenho visto isso. tenho visto maus atletas, o que acho estranho. Espero que isto mude.

Qual é o objectivo do Atlético?
Ser campeão. Este ano.

Qual o balanço que fazes deste início de época?

Está dentro daquilo que tínhamos falado entre nós. Neste momento já estamos em primeiro, com um ponto de vantagem. Temos um treinador novo, a adaptação foi rápida e muito boa. Adaptámo-nos muito bem aos métodos e exigência dele.  O que revela, também, aquilo que os jogadores são como pessoas.

Qual é a sensação de ser capitão do Atlético?
É óptima! Sinto-me bastante orgulhoso de ser um dos capitães de uma equipa com a história do Atlético. Como disse antes, estou no desporto para aprender e evoluir e é isso que quero transmitir, não só aos mais jovens, mas a todos os jogadores deste plantel.

Se te pedissem para descrever o Atlético, como definirias o clube?
Numa palavra, é um gigante adormecido. Este clube tem pano para mangas. Podíamos e deveríamos estar dois patamares acima do que estamos.

Queres deixar alguma mensagem aos adeptos do Atlético?

Apareçam que nós precisamos de vocês! Toda a ajuda é bem-vinda!

Entrevista conduzida por Hugo Costa. 


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